Muita gente tem me perguntado sobre como ir para Cabo Frio e Região dos Lagos sem atravessar a cidade do Rio de Janeiro. E sim, é possível — usando o Arco Metropolitano (BR-493/RJ). No entanto, esse caminho exige atenção, planejamento e alguns cuidados que falarei adiante.
Como fiz um artigo anterior muito longo que cita o trecho, neste vou ser específico sobre o Arco Metropolitano e te conto tudo o que sei com base na minha experiência pessoal.
O que é o Arco Metropolitano?
O Arco Metropolitano é a BR-493/RJ. Ele liga a cidade portuária de Itaguaí a Manilha, em Itaboraí, contornando a Baía de Guanabara e a cidade do Rio de Janeiro. Na prática, é uma rota mais fluida para quem quer fugir do trânsito pesado da capital.
Apesar da estrutura moderna, o Arco já foi alvo de duras críticas e escândalos. Há indícios de superfaturamento e corrupção na época da construção, envolvendo a antiga gestão estadual. Mas esse não é o foco aqui! Vamos falar do que interessa: a rota em si — como usá-la com segurança e planejamento.

O Arco está abandonado?
Apesar da concessão recente para a EcoRioMinas, a aparência do Arco Metropolitano ainda é de abandono. Postes continuam quebrados, há muita pichação, entulho acumulado e praticamente não se vê policiamento ou fiscalização ao longo do trajeto.
Por outro lado, a condição do asfalto segue boa no geral. Ou seja, a estrutura está ali, mas a manutenção e a segurança ainda deixam a desejar.
É perigoso passar pelo Arco Metropolitano?
Sim, especialmente à noite
O maior risco dessa rodovia é circular por ela durante a noite. A iluminação é precária — muitos postes foram vandalizados ou estão sem manutenção. Além disso, a via passa por áreas com alto índice de criminalidade onde o risco é ainda maior para os veículos de carga. Há muitos relatos de emboscadas e roubos de carga por ali.
Relatos de moradores, caminhoneiros e quem trafega com frequência são diretos: de noite, não dá. De dia, com atenção, é viável.
Relatos e cuidados na prática
Eu mesmo já percorri o trecho várias vezes, sempre entre Seropédica e Itaboraí, e nunca tive problemas. No entanto, vi:
- Postes de luz destruídos e com placas solares roubadas
- Pessoas observando do alto da estrada (pode ser um curioso ou não)
- Entulho e sinal de descuido em vários pontos
Como sempre tive noção dos riscos, nunca parei na via e sempre passei durante o dia. Ou seja, tudo depende do horário e do seus cuidados e preparo ao passar por ali.
Dicas para trafegar com segurança pelo Arco Metropolitano
Antes de pegar a estrada, planeje-se:
- Complete o tanque (são 85 km sem apoio entre Seropédica e Magé)
- Use o banheiro antes
- Revise o carro (manutenção em dia para mitigar riscos de pane)
- Evite levar bagagem visível
Durante o trajeto, mantenha a disciplina:
- Nunca pare no Arco, por nenhum motivo
- Ignore sinais de outros motoristas desconhecidos
- Mantenha velocidade constante
- Passe com luz natural (manhã é o melhor horário)
Além disso tudo, é fundamental estar sempre atento ao redor.
O Arco como rota para chegar em Cabo Frio e Região dos Lagos

Entendendo o trajeto: como o Arco “dribla” o Rio
O Arco Metropolitano circunda a Baía de Guanabara pelo norte, desviando do fluxo urbano da capital. Ao final do trecho, você já sai na BR-101 muito perto de desviar para a Via Lagos. Em outras palavras, você evita completamente o trânsito pesado do Rio e região metropolitana.
Se você vem de Minas (via Petrópolis)
- Desça a serra e siga no Arco para Magé
- Siga na BR-493 até Itaboraí
- Daí, acesse a BR-101 e siga até a Via Lagos
Essa é uma rota curta e direta.
Se você vem de São Paulo (Via Dutra)
- Na descida Serra das Araras, em Seropédica, entre no acesso para o Arco
- Pegue o Arco Metropolitano (BR-493) até Magé
- Siga até Itaboraí e depois entre na BR-101 rumo à Via Lagos
É um desvio eficiente e prático antes de chegar no Rio.
Trecho complicado: Magé até BR-101
Esse trecho (conhecido como Magé-Manilha) tem pista simples e está sempre em obras. Portanto, não espere uma estrada boa. O trânsito costuma fluir devagar, mas segue. São cerca de 25 km até Itaboraí. Vá com paciência.
De Itaboraí até Cabo Frio: agora é só curtir
Ao entrar na BR-101 sentido Rio Bonito, a estrada melhora muito. Depois de Rio Bonito, pegue a Via Lagos. A estrada é bonita, bem sinalizada e tranquila.
Dica: Aproveite para parar no Oásis Graal de Rio Bonito — excelente ponto para descanso, banheiro, alimentação e combustível. Afinal, você já passou por alguns trechos tensos e merece uma pausa.
Qual seu destino na Região dos Lagos?
Indo para Cabo Frio ou Arraial do Cabo
Siga pela Via Lagos até São Pedro da Aldeia. Depois disso, evite o centro e mantenha-se à esquerda na bifurcação para Cabo Frio. São cerca de 20 km até o centro de Cabo Frio.
Indo para Búzios
Em São Pedro da Aldeia, suba o viaduto grande à esquerda (bem sinalizado). Quem segue pela direita vai para Cabo Frio e Arraial. Portanto, atenção às placas.
Minha listinha pessoal de cuidados
- Passar pelo Arco no final de semana, fora de alta temporada
- Nunca trafegar ali à noite
- Carro revisado e tanque cheio
- Pare antes para banheiro ou descanso
- Nunca pare na pista
- Não atenda acenos de outros veículos
- Passe e não pare por motivo algum
Esses são os cuidados que sempre sigo. E até hoje, funcionaram muito bem.
Mas Rafael, por que você ainda usa o Arco?
Simples: qualquer trajeto passando pela cidade do Rio ou Baixada tem riscos. O Arco também tem, claro. No entanto, ao menos eu evito o trânsito pesado, o que já reduz o risco de colisão e atraso. É uma escolha baseada em planejamento. Afinal, quem dirige pelo Rio sabe que os riscos estão por toda parte — só muda o tipo.
E aí, Let’s Go Viajar?
Com atenção, estratégia e planejamento, dá sim pra chegar em Cabo Frio, Região dos Lagos e qualquer lugar do mundo com mais tranquilidade, sem encarar caos urbano como por exemplo da cidade do Rio. Essa rota é uma boa opção pra quem quer experimentar outros caminhos.
Se quiser ler o artigo que fiz sobre sair de Uberlândia-MG até Búzios-RJ utilizando o Arco Metropolitano, clique aqui: Roteiro agradável para quem vai para a Região dos Lagos no Rio pela Dutra.